sábado, 7 de janeiro de 2012

Gente - A Pipa

Foste ontem tema de conversa. Por quem te conhece, quem te conhece mais ou menos e quem não te conhece. Falava-se do que fazes, como aí chegaste e das virtudes de tal trabalho.
Imagina-se que quem faz o que tu fazes tem, sempre, o seu lado romântico, o espírito de aventureira, a delícia de correr mundo. Terá isto tudo certamente. Mas tem mais, tem muito mais. Tem coração, sentimento, capacidade de abdicar de ti própria, de entrega sem limite, de capacidade interior de luta, de coragem para enfrentar solidões, medos, fraquezas, inseguranças. Não é coisa de homens simples. É preciso ser-se, e és, muito completo. É preciso ter percorrido caminhos, muitos caminhos, encontrado gente de todas as forças e fraquezas imagináveis, ter sentido amor e desamor, alegria e tristeza, ilusão e desilusão. É preciso inteligência, humor, destreza emocional. E é preciso, sobretudo, ter a incrível capacidade de ser-se desprovido do julgamento de valor fácil e espúrio. Ter a noção exacta que cada pessoa é, em cada momento, um ser que atinge ou não. Que chora ou ri. Que vence ou perde. Que fala verdade ou mente. Lendo isto, os cínicos desta vida dirão que não existe gente assim. Existe, existe. Nessa mesma mesa onde a conversa se teve, olhava duas pessoas que também o fariam. Tu és um exemplo disso. Não o percas e, não te deixes influenciar demasiado por um coração demasiado presente em ti que, por vezes, te possa precipitar a razão. Não te enganas, o que observas como bom, é mesmo bom. Tenta espalhar essa pessoa que és. O Mundo, este mundo real, será de certeza bem melhor. Beijo e força, mulher-coragem.