quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Partir sem sorrir



Partiste assim, na tua inconsciência, ouvindo-nos certamente. Não tiveste tempo de falar, de ajudar, de abraçar. Ninguém foi mais amor que tu, em cada minuto, cada hora, cada dia era isso a tua vida. Dar, dar, dar. Amaste e ensinaste a amar. Educaste e ensinaste a educar. Sorriso doce, coragem e alegria de viver, assim te caracterizou uma amiga. É tudo dor, tudo ausência, tudo angústia. Hoje os dias são sempre maus, o sol é sempre fraco, os dias sempre intermináveis. Um sentimento interior de derrota e angústia tal que nos consome contra tudo e contra todos. Mais ainda para os mais próximos, porque afinal, são eles que ali estão. Nada disto eras tu. Detestavas o rancor, o ódio, a tristeza, a derrota. Mas é mentira. No amor sente-se dor, muita dor. Talvez liberte, talvez consuma. É o que o tempo o disser. Mas o mais imperdoável de tudo, é que foste embora sem poder sorrir. Não há injustiça maior.