sexta-feira, 3 de junho de 2011

Path


"Two roads diverged in a yellow wood,
and sorry I could not travel both
And be on traveler, long I stood
And looked down as far as I could
To where it bent in the undergrowth;"

Robert Frost // The Road not Taken

O ínicio de um caminho anuncia, quase sempre, o fim de outro. Seja. Caminha-se por estradas longas estendidas por kilómetros de verdes paisagens, lado a lado com estradas sinuosas, cheias de perigos imprevistos, curvas pronunciadas e carros em contramão. Esta sensação de desejo interior que a estrada longa se anuncie para sempre, é a principal responsável pelas estradas sinuosas que encontramos. Quanto maior a ansidade, a angústia, o desejo exasperado, pior se anuncia o caminho.
Parece agora chegado, enfim. Como já calculado, não era o caminho desejado. Para além de longínquo, vem fora de tempo, de desejo, de vontade. Escreve-se um caminho nova, para que outros caminhos sigam livres, fortes, seguros e, sobretudo, felizes. Que raiva incontida esta. Que vontade do grito mais alto. Que exasperação perante a injustiça de uma vida que nos flirta e nos abandona. Que vontade de partir todas as estradas, esconder todos os sinais, alterar todos os percursos. Que vontade de queimar todos os mapas, partir todos os gps, bloquear o tempo. Tristeza quando o caminho certo, é o caminho não escolhido, mas o imposto.