terça-feira, 20 de setembro de 2011

E tu, já bateste na Rainha de Inglaterra?



(e porque hoje, pelos vistos, é noite de bloguite compulsiva)

Falava-se ontem em genialidade. Lembrei-me de um post escrito num blogue inter-atlântico. Depois das "Páginas em Branco", este é o melhor que me ocorre. Agora pergunto - E tu, Já bateste na Rainha de Inglaterra?

"A Rainha de Inglaterra, eu e...o Sr. Pinto
Fez há pouco tempo 10 anos que bati na Rainha de Inglaterra. Para desgosto do Sr. Pinto. Trabalhava eu na TELECEL (para quem se lembrar do nome, claro), e tive a meu cargo a dificil tarefa de organizar uma viagem a Londres com 50 clientes para fazer uma das últimas viagens do Concorde. Atento que era na altura ao “mundo”, julgava eu que o Concorde seria uma espécie de combóio ou feira popular. E aceitei claro. Se era evento, festa, animação. Eu trabalhava pronto. Sempre me sacrifiquei desta forma. E lá fomos. Eu, alguns colegas a quem coube tão árdua tarefa e os tais 50 clientes. Nesses estava o Sr. Pinto. O Sr. Pinto é daquelas figuras que nos fazem descer á terra, assim só de vez em quando. Ainda no aeroporto. “então Sr. Luis, está pronto para o voo? Ouvi dizer que ficamos sem respirar:::” disse-me. “Pronto, já vi que vou levar com esta encomenda a viagem toda!”, pensei eu naquela arrogância típica dos vinte e tais. Que já tive. Há muito. “Pois, parece que sim.”, respondi-lhe, mas querendo dizer “ó homem, eu vou é a Londres 3 dias, curtir, embebedar-me o mais que puder e, pronto ok, fazer a tal viagem. Ma agora...eh pá...vá ali para o seu lugar, vai?”. Ele foi. Chegados a Londres, toca de encaminhar a turbe para o hotel, informar das horas de saída para o jantar...e sair até ao jantar, claro. “Então hoje temos um jantar medieval não é verdade?”, disse-me o homem. O Sr. Pinto, claro. “Pois, pois...é verdade:”, respondi. Desta vez respondendo o que pensava de facto. Ás vezes dá-me para isto. Não penso mais que 4 palavras. À noite, encontro á porta do hotel e ala para o Jantar nas Docas de Londres. Tudo no bus. Onde lhes explicávamos quanto era boa e generosa a nossa querida empresa, pelo que proporcionava. O Sr. Pinto batia palmas. Muito animado. Chegados ao restaurante, a coisa era mesmo assim. Medieval. Mesas compridas de madeira, barulheira ensurdecedora, comer pelas tigelas e mãos, e beber pelos jarros. Estava em casa portanto. As vezes que desejara beber pelos jarros. Bom, jantar demorado e bem regado. Como óptimo relações públicas que era naquele tempo, andei de mesa em mesa, bebendo de jarro em jarro. No fundo, fazendo o meu trabalho. Conviver com os clientes. Chegados ao final do repasto, toca a trombeta e dá-se inicio aos combates medievais. Vestem-nos longos panos e colocam-nos pesados capacetes e sorteiam quem faz os combates. Dois contra dois. Sortudo como sempre fui, fui um dos sorteados. Outro dos 4 foi, claro, o Sr. Pinto. Sendo que ele pouco regado. Estava a preparar-se para o combate, dizia-me. Combate iniciado e corro desenfreadamente em direcção á Rainha de Inglaterra. O Sr. Pinto tenta segurar-me, mas eu estava eufórico. Imbatível mesmo. Afinal tenho Gerreiro como apelido. E Pimba. Pimba, pimba, pimba, pimba na Rainha. Em volta ouço aplausos, gritos. Vejo sorrisos. Estava em grande. Momento de glória o meu. O Sr. Pinto tenta segurar-me. Mas estava desenfreado. Novo ataque á Rainha. Pimba, pimba, pimba. Toma lá ó Inglesa. Pimba. A Rainha cai por terra (sim era mesmo terra). E levanto os braços em sinal de vitória. Aguardo a glória. E o prémio, que era um jarro ainda maior. “Você está bem homem?”, pergunta-me o Sr. Pinto. “Eu? Eu estou pois! Ganhámos, dê cá um abraço!”. Ele abraçou-me, e nas costas do senhor só vejo sorrisos histéricos, a Rainha olha-me perplexa. “Então mas, você ouviu bem as regras? Acha que ganhou?”, pergunta-me, num tom paternalista. “Então não ganhámos?? Dei-lhe tantas que a deixei por terra, ehehe....”. “Sim, você deu-lhe mesmo. Mas...a Rainha era da sua equipa....”.
Pimba.