segunda-feira, 5 de setembro de 2011

The Printed Blog

Dizia W.H.Auden que a história boa deve ser contada enquanto é tempo. O nosso tempo. Cá vai disto.
Hoje, entre a angústia permanente entre quilómetros percorridos que não acabavam, e o discurso infindável do jovem escritor emigrado em terras de whisky, o dia correu. Fruto de outros dias passados, semente de dias que virão, dou por mim com vontade de escrever uma história. Palavras insuficientes as existentes na mente, que possam descrever o sentir aqui existente. Porque esse sentir recorda-me o momento pensado, o planeado e o percorrido. Não se trata de sonho. Trata-se, tão só, de uma ideia. De um "e se?". Pois bem, esse "e se?" tornou-se num fazer. Num pensar, perguntar, falar, planear, apresentar e conhecer. Não me chega a memória para lembrar as horas, os dias, as semanas ou meses na procura da solução. Na procura da melhor forma. Como dizer? Como explicar? Como fazer? Tudo movido por razões e motivações diferentes em tempos diferentes. Passou de um gozo puro e de uma vontade partilhada, a uma vontade inesgotável, quase obssessiva. Por estranho que pareça, foram maior motivação as negas, as recusas, a indiferença, a mentira, a premeditação, do que o incentivo, o encorajamento, o elogio. Esforçado, demasiadamente angustiado e por vezes desiludido. Mas sobretudo seguro. Do que se fez, do que se é, do que se será. É assim no trabalho, e assim é na vida. Por cada 100, noventa aparecerão com o adjectivo desqualificativo, a crítica soberba, a indiferença, a inveja. Terão que bastar os restantes dez. Tudo ao contrário do que devia ser? Talvez. Mas é o que é. Mas chega-se lá. Chega-se sempre lá. Com cumplicidade, com coragem, com audácia, com inteligência. É uma história simples esta. História simples, construída nas mais variadas complexidades do ser humano. Mas construída. Doce, bonita, sensual, arrojada, corajosa, desruptora, fora da caixa. A prova de que nem sempre o caminho é a rua escura, o obstáculo premeditado, a mentira escondida. A prova de que, este caminho, foi feito com emoção, afectividade, identificação, dinâmica e força interior. Um orgulho imenso. Ter as letras "TPB" na ponta dos lábios. É lamecha, sentimentalóide, fraquinho ou sensivelzinho? Talvez. Mas é bom. Muito, muito bom. E isto, meus cépticos e cínicos desta vida...soube bem. Bem demais.