domingo, 25 de setembro de 2011

"Insane Courage"

Assim terminava a primeira carta que Churchill enviara aos seus ministros, acabados de empossar. Estranho? Nada mesmo. Fez Churchill a diferença? Fez, fez muita.
Impôs-se pela realização, convenceu pela convicção, deixou marca pela assertividade e força interior das suas decisões.
Vida estúpida esta que os Deuses nos oferecem. Parece rodar sempre em sentido contrário ao das escolhas. Escolhemos direita, ela vira à esquerda. Decidimos silêncio, ela torna-se mais ruidosa. Refugiamo-nos, e ela expõe-nos. Arriscamos, e ela não premeia. Acreditamos, e ela escapa. Um caminho constante de procura, de afirmação, de realização. Fortes ou não, o sentido é único. Em frente. Muitas vezes, com a companhia dos crédulos. Outras, apenas os olhos dentro da alma nos vêem. Mudamos os princípios, de acordo com a idade, o tempo, a circunstância. Normal. Fazêmo-lo todos. De manhã caminhamos de acordo com o comando de uma voz interior, para, ao entardecer, escutarmos a voz exterior geral, e calamos a crença e verdade interior. Submetidos a verdades construídas e socialmente exigíveis, lá calamos essa coisa chamada de honra pessoal. Abafamos o believe, e erguemos o follow. Tudo, em muitos momentos, em momentos demasiados, nos leva a desistir. Fugir. Calar. Resignar. Vai-se a crença nas palavras, a verdade da memória, a clareza do olhar puro, a esperança da alma percebida. Só uma coisa nos pode levar adiante. Me pode levar adiante. A tal coragem insana.