sábado, 3 de setembro de 2011

uma mulher incrível

Conheci esta mulher há relativamente pouco tempo. Chama-se Dawn Nunn, e é uma das responsáveis pela criação da Network internacional da organização Save the Children. Por motivos vários, temos sido ambos obrigados a encontrar os horários mais absurdos para conseguirmos conversar, afastados que estamos por um oceano de distância.
Hoje, numa daquelas conversas que memorizamos por muito tempo, ouvi uma história de vida incrível, mais uma. A dela, claro. Filha de pais britânicos de linhagem, cedo se dedicou a causas humanitárias, todas elas relacionadas com crianças. Já lançou o projecto Save The Children em mais de 20 países, A Dawn tem 37 anos e uma filha de 14, que leva consigo pelos quatro cantos do Mundo. Mulheraça bonita, divertida, bem humorada, tem um conhecimento do Mundo absolutamente desarmante, e já teve mais de 10 convites milionários, nas palavras dela, por parte de outras organizações, empresas, enfim gente com quem se tem cruzado por esse mundo que, obviamente, lhe encontra rapidamente as qualidades. Nunca aceitou um único convite, e jamais considerou abandonar este projecto. Motivam-na várias coisas. O sorriso das milhares de crianças com quem se vem cruzando nesta vida, a resolução dos seus problemas, com elas encontrar caminhos. Hoje falávamos sobre a incompreensão do pensamento do ser humano. Partilhámos histórias e percebemos que as histórias são iguais no Mundo inteiro. As boas e as más. Mas uma das principais mensagens que ficam é a capacidade que esta mulher tem para dar, dar de si, dar tudo. E que, desde sempre, diz que a verdadeira motivação que tem na vida, o motor que a leva, é a de conseguir mudar comportamentos. Acabar com indignidades, corrigir desigualdades, promover encontros. Gerar sorrisos. Tem piada esta conversa ter ocorrido hoje, explicava-lhe algumas das razões para a minha falta de sorrisos (não todas, coitada...). A resposta dela é "caminhar Luís, caminhar". "Fazer, fazer, fazer". E sempre assente na premissa mais importante de todas, a de que a maioria das pessoas faz tudo com premeditação, desconfiança, instinto de salvaguarda e de superioridade moral e social, assentes em pressupostos "racionais". Percebendo isto e encontrando isto em cada pessoa, consegue-se chegar lá. Diz ela. "Nunca teres contra ti, quem mais esteve a teu lado. Vaia perder, perder numa medida incomensuravelmente maior, do que alguma vez ganhaste..."
Mas diz com um sorriso, acreditem que é com um sorriso. Incrível, mas real.