quinta-feira, 17 de novembro de 2011

"tell the certinhos to f....themselves"

Ontem em conversa virtual com uma americana, um inglês e aqui o português falava-se disso. Confesso que a dúvida que me assalta sempre nestas conversas que se tornaram habituais é a mesma: que químicos terão tomado estes gajos hoje? O meu é o de sempre, copinho de leite (um certinho, eu) acompanhado de bolacha maria d'oro inundada de marmelada. Não a marmelada que me está prometida, mas a do Recheio que é a mais baratinha. Como dizia, o tempo é aproveitado para o desabafo, o despejar das nervoseiras do dia, dos desejos incontidos e ali explicados. Falamos sempre todos certamente nesta certeza de que nunca nos veremos pessoalmente. Se acontecer, será certamente um momento interessante de ver. E então a malta fala, fala, fala. Deste lado, a câmara do skype desligada, que eu não dou assim essa confia à primeira, sobretudo pela beleza do pijama oferecido pela mãe no Natal, que teima em ser...feio. Mas quentinho, vá. Dos lados de lá, os cenários são dignos de serem gravados e colocados no youtube, onde certamente ganharia à estupidificação levada à glória de um tal de Hélio. Vem a coisa a propósito dos humanos, já me esquecia bolas! Eu explico. Do lado de lá está um homem que foi responsável pela lançamento de revistas e projectos editoriais no Mundo inteiro: UK, Espanha, Portugal, Singapura, Argentina, França...e uma mulher que é hoje editora-chefe de uma das revistas mais prestigiadas do Mundo, na área do Marketing &Comm. Só falo com gente prestigiadíssima, óbvio. E então contava-lhes (conto sempre), como vão as coisas por aqui pelo burgo. A dificuldade em fazer algo diferente, os preconceitos sempre latentes quando se põe um pezinho de fora, o julgamento fácil ao mínimo deslize, a falta de respeito pelo pagamento do trabalho. Enfim, deu-me para a coisa séria. Afinal, o acompanhamento era o leite e bolacha. Fosse Jack Daniels e teria uma conversa bem mais interessante "for sure". Mas eles lá ouviram e responderam com a maior normalidade do Mundo. Que era tudo normal, que as falhas eram normais, que os julgamentos espúrios eram habituais, que nada do que possa ser diferente, pode ter um caminho "certinho". Explicaram-me, então, o caminho que alguns dos projectos deles tinham tomado, como tinham chegado onde chegaram. E deram-me o melhor conselho. "Continue believing, say sorry for mistakes, but coninue believing." E mais um. "Tell the Certinhos to fuck themselves". Esta parte, ou ouvi mal tal eram as doses de marmelada, ou ouvi bem.