sábado, 3 de dezembro de 2011

se o meu amigo tivesse um blogue...

Tenho um amigo que gostava de ter um blogue. Gostava mesmo. Um daqueles amigos desbocados, o gajo tem uma opinião sobre tudo e mais alguma coisa. Desde há muito. E hoje dizia-me "eh pá, se eu tivesse um blogue, convidas-me para escrever no The Printed Blog?". É um grande admirador do TPB, já agora. Qualidade que lhe aprecio bastante. "Então, imagina que tens, e que o teu texto tem que ser avaliado pela Directora e editoras da revista. Escreve lá qualquer coisinha, pode ser sobre o tema que mais aprecias, essa treta da emoção, e a malta logo vê". Aviso já, o gajo afinal tem mesmo muito para dizer. Escreveu isto (perdoem-me os palavrões, mas estou a citar). Cá vai.

"Eu sou um gajo cheio de emoções. Tenho várias, a maioria delas, estupidamente, reprimidas. Emocionam-me várias coisas. Mas, para já, vou falar apenas de uma.
Uma mulher, claro. Uma grande amiga de há 20 anos proporcionou-me conhecê-la. Mas já lá vou, primeiro a amiga. Esta amiga, passados praticamente 15 anos em que não nos víamos, vemo-nos e falamo-nos hoje como então. Impressionante. Vêem-me há memória milhares e milhares de momentos com ela vividos então. Conhecemo-nos na faculdade (o que dada a charmosa idade, já lá vai algum tempo). Lembro-me como se fosse hoje. Já então, os meus conhecimentos eram básicos, logo, entrei naquele curso na terceira fase. Ou seja, depois da primeira e da segunda. Logo aqui se avalia o elevado grau de inteligência do autor. Entrado numa turma pequena, cheia de mulherada, e com o curso em andamento, os olhares dirigidos ao gajo da terceira fase eram semelhantes aos dirigidos à Cátia da Casa dos Segredos. Mas esta amiga foi a primeira a dirigir-me a palavra. Logo ali lhe percebi a atitude. Para além do coração bom, era avessa à regra. Forte como um touro para enfrentar uma vida não tão fácil assim, rapidamente se tornou a melhor amiga. Comigo foi sempre assim, estas mulheres "diferentes" para melhor, olham-me sempre como um amigo. Cruz que me persegue até hoje. Mas andando que se faz tarde. Fomos uns companheiros do caraças durante o curso, partilhámos tudo. Estudos (os possíveis), amizade, desgostos, angústias, dificuldades, alegrias. Boa, gente mesmo muito boa. E forte, e positiva, e optimista, e lutadora. Mas adiante, lá escreverei sobre a dita noutra oportunidade. Um blogue é curto.
De volta à Mulher.
Por coincidência, deu-me a conhecer a tal Mulher. Numa primeira noite, em que, claro, lhe tirei as medidas de alto a baixo.Ela, claro. Ignorou por completo. Foda-se....Mas houve ujma segunda oportunidade, Uma festa, onde vários fomos convocados. É assim a amiga. Convoca os amigos para os bons momentos. Raro, portanto. Receoso que fui, desconhecia por completo que lá estaria a tal Mulher. Saio do carro, preparado para ums noite para a qual estava, obviamente, impreparado. Nem a roupinha nova levei. Apaixonei-me logo ali, mal a vi sair do carro.Sim, é daquelas que leva sempre o carro. Quer dizer, não foi bem ali. Foi um pouco mais tarde. Encostado que estava, já emborcado no 3º JD, observo-a ir ao bar. "Toma conta da minha mala", disse-me. Sem faz favor. Está bem. Felizmente, a qualidade do serviço era tal, que demorou a ser servida. Tempo perfeito para a observação. Já lhe tinha visto os olhos com atenção. E as mãos. E o cabelo. O resto, só naquele momento. Escuso as palavras que me vieram à mente (seria vetado no blogue). Depois daquela noite, e sempre forçado aqui pelo Jeanvalgen dos tempos modernos, la vou provocando á força uns encontros. Sabem-me bem cada minuto, cada hora. Mas a verdade é que eu tenho um defeito (um). Sou estupidamente tímido e estupidamente "certinho". Raramente provoco, raramente flirto, raramente transgrido a regra. Flores e florzinhas, mensagens e mensagenzinhas, beijinhos e beijinhos por sms, Tento entender, compreender, pensar e pensar para caralho. Penso demais, Ou não, sei lá. Bom, e tentando concluir. Se eu tivesse um blogue, aproveitaria para a exibição muito macho que eu possuo, claro. Para lhe dizer que o que gostava mesmo era de passar umas horas do dia com ela. Falaríamos claro. Prefiro ouvi-la, mas acabo sempre por falar mais. Prefiro beijá-la, mas acabo sempre por adiar até à última. Um certinho da merda, é o que é. Até ver. Mais dia, menos dia a coisa vai diferente. Agarro-a (num elevador, nas escadas do centro comercial, no jardim da rua, no meio da estrada ou no estádio de futebol), e dou-lhe um beijo de meia hora. Meia hora sim, que eu sou um resistente. E insistente. Depois explico-lhe que esta coisa do certinho que entende tudo, espera por tudo, compreende tudo, vai à fava. Ou à merda. Passo duas horas com ela (chega, de momento). E fico na expectativa de, depois disso, e só depois disso, ela decidir. E eu. É que, há coisas, emoções, sentimentos, emoções, desejos, vontades, cheiros, sons, que só se decidem depois de experimentar essas duas horas. Já tivemos várias "duas horas" (poucas, claro). E estou em clara desvantagem, hé quem passe 10 ou mis horas com ela. Mas estou habituado às desvantagens. Mas fui sempre estúpido. Ou certinho, o que, a avaliar pelo resultado, não é bom. Lá chegarei. Não seja eu um homem "especial". A ver vamos."