segunda-feira, 18 de julho de 2011

Esperança

Há uns anos trás tive a oportunidade de conhecer relativamente bem o Brasil. Lembrei-me disso hoje, por vários motivos. O principal, a palavra ESPERANÇA. Apesar de tudo o que de bom observo no País e nas pessoas, fiquei sempre com a triste e cruel impressão de ver um País racista e com uma desigualdade social assustadora. Põem-no hoje nessa classificação modernista de País BRIC. Talvez seja, mas ali falta muito a palavra Esperança. A crença no dia seguinte, na solução, no caminho, no chegar lá. A esperança é o que alimenta o sonho. Turba as escolhas, talvez. Mas torna-as possíveis. Mesmo nos cantos mais escuros, ou nos caminhos mais sinuosos, a esperança é quem chega, e nos estende um chão de madeira polida, onde podemos tentar dar os nossos passos de dança. É o puto que admira a colega mais bonita e concorrida da turma, mantendo a esperança de a conquistar. Ainda que não o consiga, fez de tudo para se melhorar a si próprio e tentar. É o que motiva a maioria de nós, gente humana. Alimentamos a esperança naquela luz que está lá bem longe, e vamos andando. Podemos não a agarrar, é certo, mas andamos e caminhamos. Tentando, tentando sempre. A esperança faz de nós gente melhor. Gente com vontade, com garra, com força, com segurança. O tombo de não conseguir pode ser grande, mas é bem maior o gozo de tentar. De sentir o coração quente, a emoção latente, a força interior inesgotável. Faz-nos gente mais completa. Gente melhor. Permite-nos corrigir defeitos de carácter, inaptidões que nos são difíceis, vidas que nos custam, doenças traiçoeiras que não nos deixarão.Porque há sempre esperança. De ser melhor, de fazer melhor, de ter melhor. Principalmente, de sentir melhor.