sexta-feira, 22 de julho de 2011

Muita Pinta

Cansaço. Correria. Noites sem dormir, manhãs agitadas, tardes que passam rápido e, de novo, noites sem dormir. Correio que só alberga contas para pagar, tempo de férias escolares que obriga a tempo e mais tempo, disponibilidade e mais disponibilidade. Trabalhos feitos, que demoram a serem pagos. Trabalhos presentes que levam todo o tempo do Mundo. Trabalhos futuros, que tardem em chegar. Angústia. Luta e mais luta, baterias recarregadas a cada manhã, brincadeiras de criança que se exigem, casas que teimam em estar desarrumadas, jantares que não aparecem instantaneamente. Correria, sofreguidão, quase desespero. Pouco tempo para ter tempo. Contemplação impossível, relaxamento muito raro, descanso inexistente. Novos afectos presentes vividos com o desejo de futuro. Mas sem tempo. Muito pouco, mas ainda assim vivido. Energias retemperadas, sorrisos regressados, peles brilhantes de novo. E novas inspirações que se reflectem num trabalho perfeito. É pouco o tempo, mas é bem vivido. Só possível de uma forma. Gerindo palavras, negociando silêncios, guardando privacidades. Com pinta. Muita pinta. Perfect.