terça-feira, 17 de maio de 2011

Inteligência Emocional?


A Vida e a Inteligência Emocional
Aviso já. É longo, pessoal, chato e coitadinho.
Convencido do profundo conhecimento sobre a mesma, desato a toda a hora (não toda, mas grande parte do tempo útil), nesta constante interrogação sobre a vida. O que nos move, porque nos move, como nos movemos e, sobretudo, como a vivemos, cada um de nós. Tentativa constantemente frustrada, obviamente, mas ainda assim persisto na tentativa. Dizem-se ser persistente. Seja então.
Desde cedo me convenci que olhava de forma diferente para...digamos...o Mundo, vá. Olhava para ele e procurava sempre o que estava...atrás. E assim em tudo. Interpreto cada olhar, tento perceber o contrário de cada palavra, o porquê de cada acto. Uma canseira. É uma cruz. Esta que carrego. Senão, vejamos. Dizem-se ser, para além de persistente, possuidor da tal Inteligência Emocional. Recorro ao google e leio que é a capacidade de perceber os próprios sentimentos e os sentimentos dos outros. Eu?? Bom, se assim é, e porque reconheço mais inteligência, mais experiência e mais saber em quem mo disse, acredito. Falta-me, contudo, alguma dessa Inteligência Emocional. Hoje. Hoje falta. Envolvido brutalmente num enredo kafkiano nos últimos tempos, certamente também por culpa própria, lá ando há 8 meses a tentar interpretar os tais porquês. Explico porquê. Quer dizer que, há este tempo atrás era uma espécie de Dono do Mundo. Para além das inúmeras qualidades já referidas, entrava numa nova fase da minha vida profissional. Convidado e contratado para, diria, o emprego de uma vida. Bem recebido, apreciado, bajulado até, pasme-se. Porém, surge um episódio que, em 3 dias, mudou tudo isto. Alguém que ninguém conhece ou sabe quem é, escreveu o que ninguém sabia ser verdade. Absorvido da minha Inteligência Emocional ao tempo, convenci-me do que ouço hoje ser a resposta óbvia de toda a gente. "Eh pá, não dês importância, o que tu és ultrapassa qualquer boato que queiram construir." Erro. Num ápice, um conjunto de gente tomou interiormente as suas decisões. Aliado a outro conjunto de gente que as comunicou exteriormente. O tal génio, inteligente, bondoso, persistente, foi convidado a abdicar daquilo que, aliás, nunca procurou. Mas que, por azar, passara a apreciar. Passam-se meses e meses, horas e horas perdidas, gente e gente desencontrada. Tempo e afectos perdidos. Caminhos destruídos, vontades eliminadas, devoções eternas no lixo. Escrevi bem, no lixo. Pois bem, imbuído das enormes e brilhantes capacidades de que sou possuidor, lá continuei. Interpretando a vida. Ora bem, hoje sou bruscamente interrompido na interpretação, informando-me que tudo estava agora esclarecido, desculpas apresentadas, devoções devolvidas, verdades repostas. Que era uma questão de honra e ética empresarial e profissional remediar tudo isto. O que me deixa com a interrogação de sempre. Existe Inteligência Emocional que consiga interpretar esta Vida? Acredito que exista. Eu é que, certamente, não a tenho.